Laudo da Defesa Civil Estadual aponta importância da prevenção
A Defesa Civil de Jaraguá do Sul executou mais de 100 obras preventivas desde 2018, com investimentos superiores a R$ 7 milhões
Um laudo meteorológico emitido este ano pela Defesa Civil Estadual, por meio da Coordenadoria de Monitoramento e Alerta, aponta os volumes de chuvas registrados nas principais enchentes ocorridas em Jaraguá do Sul nos anos de 2008, 2011 e 2014 e o acumulado de 2022. Para a Diretoria de Proteção e Defesa Civil de Jaraguá do Sul, o documento mostra a importância dos investimentos em obras de prevenção.
Conforme os dados deste laudo, em 2008, apenas os meses de maio, julho e dezembro ficaram com acumulados de chuva abaixo da média. Os demais meses registraram chuva na média ou acima. O ano fechou com 401 milímetros acima do esperado. Os meses de outubro e novembro registraram 327,9 e 318,3 milímetros, respectivamente. Este volume foi suficiente para deixar um rastro de destruição em Jaraguá do Sul e uma tragédia sem precedentes até então: 1.500 pessoas ficaram desalojadas, 15 famílias foram desabrigadas, sete mil casas atingidas, 15 casas destruídas e 13 mortes em Jaraguá do Sul.
Em 2011, foram oito meses com chuva acima da média. O ano ficou com 239,8 milímetros de chuva acima do esperado. Novamente, a população foi duramente afetada por este volume de água no solo. Conforme dados da Defesa Civil de Jaraguá do Sul na época, do dia 6 ao dia 8 de junho, foram 376 milímetros de chuva. Setenta mil pessoas foram atingidas pelas cheias (50% do município), 90 pessoas ficaram desabrigadas e centenas de desalojadas, que se abrigaram em casas de parentes. Setenta por cento da área urbana da cidade foi atingida.
O Laudo Meteorológico da Defesa Civil Estadual mostra ainda que em 2014, o acumulado do ano ficou abaixo da média, com 58 milímetros abaixo do esperado para o período. No entanto, os 280,6 milímetros de chuva registrados em junho provocaram estragos. A Defesa Civil de Jaraguá do Sul registrou 130 pontos de alagamento nos bairros Vila Baependi, Amizade, Ilha da Figueira, Rau, Nereu Ramos, Três Rios do Norte, Rio Molha, Jaraguá Esquerdo, Vila Nova e Centro. Noventa pessoas tiveram de se abrigar no Parque Municipal de Eventos e outras centenas em casas de parentes ou de conhecidos. O município ficou sem fornecimento de água potável por horas. Além dos alagamentos, a Defesa Civil também registrou mais de 50 deslizamentos.
Já em 2022, apenas quatro meses (janeiro, fevereiro, abril e julho) ficaram com acumulados abaixo da média. Os demais meses com chuva na média ou cima da climatologia. O ano ficou com 339,3 milímetros de chuva acima do esperado. Apesar do volume elevado de chuva, Jaraguá do Sul registrou pouco mais de 20 ocorrências de quedas de árvores, deslizamentos, entre outras sem gravidade, além de alagamento na Via Verde.
De acordo com o diretor de Proteção e Defesa Civil do município, Hideraldo Cole, reforça a importância das obras de prevenção no município. “A partir de 2018, especialmente, houve um incremento nas ações de prevenção, por parte da Prefeitura de Jaraguá do Sul, tanto da Defesa Civil quanto da Secretaria de Obras, o que trouxe uma nova condição ao município”, explica ele, comparando os volumes de chuva registrados nos anos de 2008, 2011 e 2014 com os de 2022. “Foram feitas mais de 100 obras, dentre enrocamentos, ampliação de vazão, contenção de margens de rios, desassoreamento, substituição de tubos por galerias, limpezas de pontes e valas, entre outras, que foram significativas para evitar problemas maiores”, analisou o diretor. Os investimentos nestas obras ultrapassam os R$ 7 milhões.